Selling Across Cultures (Venda entre culturas): Argentina vs. América em negócios e vendas
Imagine o seguinte: Um argentino e um americano entram em uma reunião de vendas... Parece o início de uma piada, mas se você já trabalhou em negócios internacionais, sabe que, na verdade, é uma aula magistral de contraste cultural.
Entender as diferenças culturais é fundamental para navegar na dinâmica dos negócios. Vender nunca se trata apenas do produto. Trata-se de como você se conecta, cria confiança e comunica valor - e isso muda muito dependendo de onde você está.
Essas diferenças culturais podem afetar significativamente as negociações e a construção de relacionamentos, e o reconhecimento dessas diferenças culturais pode levar a uma comunicação e colaboração mais eficazes. Vamos detalhar as principais diferenças entre as abordagens argentina e americana nos negócios, especialmente em vendas:
1. Relacionamentos vs. Eficiência
Argentina:
Na Argentina, os negócios são pessoais. Os relacionamentos são tudo. Espera-se que você conheça a pessoa antes de tentar vender algo a ela. Você pode conversar durante um café, falar sobre futebol ou política e só então - talvez - chegar à proposta.
“¿Cómo está sua família?” não é conversa fiada - é a primeira etapa do ciclo de vendas.
Estados Unidos:
Nos Estados Unidos, a eficiência é a regra. Os americanos costumam ir direto ao ponto: O que você está vendendo? Qual é o problema que ele resolve? Quanto custa?
Uma chamada de vendas pode começar com: “Vamos começar logo.” E isso é normal.
Impacto nas vendas:
Os argentinos podem se sentir apressados ou “chamados a frio” pelos vendedores americanos. Os americanos podem achar que os vendedores argentinos estão demorando muito para “ir direto ao ponto”.”
As diferenças culturais começam com a construção de relacionamentos. Reconhecer como construir esses relacionamentos é a chave para lidar com essas diferenças ao vender e trabalhar em outras culturas.
2. Estilo de comunicação: Paixão vs. Precisão
Argentina:
Os vendedores argentinos costumam falar com emoção, humor e elegância. Eles usam persuasão, histórias e charme. Eles podem interromper, falar rápido ou expressar discordâncias abertamente - tudo isso faz parte da dança.
Estados Unidos:
A comunicação americana geralmente é mais estruturada e profissional. Os vendedores buscam ser claros, confiantes e concisos. Apelos emocionais são menos comuns - fatos e benefícios assumem a liderança.
Impacto nas vendas:
Os argentinos podem achar que os americanos são muito rígidos ou “seguindo as regras”. Os americanos podem se sentir sobrecarregados ou confusos com a paixão argentina se ela não tiver estrutura.
As diferenças culturais podem afetar a forma como o humor é percebido nos negócios. Aprender sobre essas diferenças culturais é fundamental para interações bem-sucedidas.
3. Tempo e urgência
A percepção do tempo é uma das diferenças culturais mais perceptíveis. Essas diferenças culturais desempenham um papel crucial no fechamento eficaz de negócios.
Argentina:
O tempo é flexível. Prazos? Negociáveis. Uma “reunião de 30 minutos” pode ser ultrapassada se a conversa estiver fluindo. As decisões podem levar tempo porque as pessoas são cautelosas e orientadas para o consenso.
Estados Unidos:
Tempo é dinheiro. Os cronogramas são apertados e a pontualidade é esperada. Os compradores querem respostas rápidas, acompanhamento rápido e próximas etapas claras.
Impacto nas vendas:
Um vendedor argentino pode parecer muito lento ou casual. Um vendedor americano pode parecer insistente ou impaciente.
4. Contratos e confiança
Argentina:
A confiança vem antes do papel. Mesmo com contratos, um aperto de mão ou relacionamento pessoal ainda tem peso. Os negócios podem evoluir após a assinatura, especialmente se o relacionamento for sólido.
Estados Unidos:
A confiança é construída por meio de desempenho e contratos. Tudo é registrado por escrito, e qualquer desvio do acordo geralmente precisa ser renegociado formalmente.
Impacto nas vendas:
Os vendedores argentinos devem estar preparados para uma burocracia detalhada e menos flexibilidade. Os vendedores americanos devem esperar que as negociações continuem mesmo depois de o contrato é assinado.
A confiança é desenvolvida de forma diferente, mostrando as diferenças culturais na negociação.
5. Formalidade e títulos
Argentina:
Você pode ligar para alguém “Che” em uma reunião, e tudo bem. Muitas vezes há humor, sarcasmo e provocações amigáveis, mesmo em ambientes sérios. A formalidade diminui rapidamente quando o relacionamento é construído.
Estados Unidos:
Os negócios podem ser mais formais e estruturados, principalmente no início do relacionamento. Nomes próprios são comuns, mas perguntas pessoais ou de humor são abordadas com cautela até que haja confiança.
Impacto nas vendas:
Os argentinos podem parecer muito informais. Os americanos podem parecer distantes em um primeiro momento. Ambos os lados podem interpretar mal o tom ou a intenção do outro.
Reconhecer as diferenças culturais de formalidade e títulos criará um processo de vendas mais suave ao trabalhar com outras culturas.

Como vender de forma mais inteligente em todas essas culturas
Se você for americano e estiver vendendo para argentinos:
- Reserve um tempo para construir o relacionamento. Tome um café, faça perguntas pessoais, demonstre interesse no mundo deles.
- Não apresse a venda. Deixe as conversas respirarem.
- Seja flexível. Esteja pronto para alguma improvisação, mesmo em contratos.
Se você for argentino e estiver vendendo para americanos:
- Respeite o tempo deles. Seja pontual, mantenha o foco nas apresentações e faça o acompanhamento rapidamente.
- Lidere com clareza. Explicite o valor, os recursos e os benefícios.
- Esteja pronto para receber feedback direto. Isso não é rude - é como eles fazem as coisas avançarem.
Vender em várias culturas não significa mudar quem você é, mas sim saber quem é o seu público.
Quando argentinos e americanos entendem o ritmo um do outro, as vendas se tornam mais do que meras transações - elas se tornam parcerias de longo prazo baseadas em confiança, resultados e, sim... talvez até mesmo uma boa asado algum dia.
Uma história curta:
O Tango das Vendas: Quando a apresentação começa com um café expresso

Eram 10 horas da manhã em ponto em uma conferência de tecnologia em Miami.
Jake, um gerente de vendas de Chicago, sentou-se na borda de uma mesa de conferência de vidro, com sua caneta, laptop aberto e uma apresentação pronta. Era esse o grande momento de alinhar as estratégias e se preparar para a reunião com o cliente.
Às 10:07, Martín entrou.
Um argentino entra, impecavelmente vestido, usando colônia Calvin Klein como se fosse parte de sua identidade, segurando um pequeno café expresso como se fosse um artefato de valor inestimável - e sem se incomodar com o fato de que a reunião começou há cinco minutos.
“Desculpe-me pelo atraso”, disse Martín com um sorriso. “Encontrei um velho amigo de Mendoza - tivemos que conversar sobre política por alguns minutos. Você sabe como é.”
Jake fez não saber como era. O que ele sabia era que o relógio estava correndo e eles estavam sete minutos atrasados. Sem perder o ritmo, Jake entrou em ação:
“Ok, então o ponto problemático do cliente está claro. Aqui está a nossa solução, a estrutura de preços e o cronograma proposto.”
Mas Martín ainda não estava ouvindo. Ele estava calmamente puxando uma cadeira, sem pressa.
- “Espere, espere”, disse Martín. “Como você está, Jake? Parece que você teve uma noite difícil. Está dormindo bem?”
- “Estou bem. Dormi seis horas e tomei três cafés.”
- Martín riu: “Ah, não, loco, você precisa dormir mais!”
Dez minutos depois, Jake já havia revisado metade da proposta. Martín nem sequer tinha aberto seu laptop.
“Não se preocupe”, disse Martín com o charme argentino que é sua marca registrada. “Vou levar o cliente para almoçar. Falaremos sobre River x Boca, reclamaremos do trânsito, talvez entremos em um pouco de política. Depois fechamos o negócio.”
Jake o encarou.
- “Mas... e quanto ao baralho? Os números? A estrutura?”
- Martín sorriu. “Jake. O verdadeiro negócio acontece entre o aperitivo e o café expresso. Confie em mim.”
No final daquela tarde, Martín enviou uma mensagem de texto a Jake:
“O cliente está dentro. Estamos prontos para ir. Ele quer que jantemos com seu primo na próxima semana. Abrazo!”
Jake leu duas vezes. O que aconteceu?
Moral da história:
Na Argentina, fechar o negócio não se trata apenas de fornecer valor. Trata-se de criar um clima. E, às vezes, a vibração fecha mais rápido do que a apresentação. Reconhecer essas diferenças culturais é vital para navegar pelas complexidades dos negócios internacionais.
Considerações finais sobre diferenças culturais:
Em última análise, a compreensão das diferenças culturais pode levar a parcerias bem-sucedidas no trabalho entre culturas.
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